Eletrosul inaugura em Florianópolis maior usina de energia solar da América Latina

18 de julho de 2014 0 Por redacao

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A Usina Megawatt Solar (1 MWp), inaugurada nesta sexta-feira (27), produz energia suficiente para atender aproximadamente 540 residências. Há mais de uma década, a estatal vem acumulando conhecimento na área, que agora se concretiza em uma planta de produção de energia e vitrine tecnológica para o setor elétrico brasileiro.

O Projeto Megawatt Solar contou com a importante parceria do governo da Alemanha, país que detém um terço do mercado global de energia solar e responde por quase metade da geração fotovoltaica da Europa.

A parceria se deu por meio do banco de fomento alemão KfW, que financiou o empreendimento – o investimento total foi de R$ 9,5 milhões –, e do apoio da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas na América Latina (Ideal) também participaram da concepção e viabilização da Usina Megawatt Solar.

Para o presidente da Eletrosul, Eurides Mescolotto, assim como no segmento eólico, a empresa conseguiu se antecipar à tendência de inserção da fonte solar na matriz elétrica brasileira. “Estamos atentos e alinhados às diretrizes do País pela diversificação e complementaridade da matriz energética com o uso sustentável de fontes alternativas. A Eletrosul é a maior empreendedora em energia eólica do Sul e quer se firmar como referência, também, em energia solar”, afirmou.

Megawatt Solar

Com potência instalada de 1 megawatt-pico (MWp), a Usina Megawatt Solar pode produzir aproximadamente 1,2 gigawatts-hora (GWh) de energia por ano. Essa capacidade de geração vem dos 4,2 mil módulos fotovoltaicos, que estão instalados nas coberturas do edifício-sede e estacionamentos, totalizando uma área de 8,3 mil metros quadrados. Os painéis solares convertem a radiação solar em energia elétrica, que vai para uma subestação coletora para ser escoada à rede elétrica local.

A energia gerada pelo Megawatt Solar será comercializada a consumidores livres – como grandes empresas e shoppings – por meio de leilões. A estimativa é de que no primeiro leilão, previsto para o segundo semestre, sejam comercializados 800 MWh/ano. Os compradores dessa energia verde poderão obter o Selo Solar, certificação concedida pelo Instituto Ideal, associando sua marca a uma atitude sustentável.

Energia do futuro

Uma das peculiaridades da Usina Megawatt Solar é que, além de gerar energia, servirá como base para estudos, que permitirão ao País avançar em tecnologia e na viabilidade econômico-financeira da geração fotovoltaica. O complexo de geração solar agrega pequenas plantas experimentais, que se destinarão a estudos técnicos e acadêmico-científicos das tecnologias existentes, e sua eficiência na captação da radiação solar.

Domínio tecnológico

A Eletrosul está investindo mais de R$ 20 milhões em pesquisas para purificação do silício (matéria-prima dos painéis fotovoltaicos) e fabricação de células solares. O objetivo desse projeto de P&D é criar uma metodologia de processamento para se chegar ao silício de grau solar, com 99,9999% de pureza. O sucesso dessas pesquisas será um marco tecnológico e pode colocar o Brasil entre os poucos países que têm pleno domínio da cadeia de produção de módulos fotovoltaicos. Estados Unidos e Japão são os maiores produtores de silício de alta pureza.

A estatal firmou parceria com a Fundação Educacional de Criciúma (Fucri) – instituição mantenedora da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) – para o desenvolvimento desses estudos, contando também com a participação do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). As pesquisas têm como base os laboratórios do Ipen, na primeira etapa, e o campus da Unesc na fase de planta piloto, em Criciúma (cerca de 190 quilômetros de Florianópolis). As pesquisas tiveram início em 2012 e o prazo previsto para conclusão é de 36 meses.

O projeto básico da unidade piloto de purificação de silício e fabricação de células solares está pronto e a previsão é que as obras comecem no segundo semestre. A unidade piloto ficará sediada no Parque Científico e Tecnológico da Unesc (Iparque), onde uma estrutura já existente, de 1,3 mil metros quadrados de área construída, será reformada e adaptada para receber os equipamentos necessários para a purificação e laminação do silício.

Fonte: Portal da Ilha