Empresas atrasam projetos e aumentam alerta no setor de transmissão de energia
Empresas no segmento de transmissão de energia estão com problemas para tocar as obras, como as novatas Braxenergy e a MGF Energy, que arremataram projetos em leilões em 2013 e atraíram a atenção do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), formado por autoridades do governo.
O superintendente de concessões de transmissão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Ivo Nazareno, disse à Reuters nesta quarta-feira que o órgão tem cobrado as duas empresas por soluções para “minimizar ou mitigar” o atraso no cronograma dos empreendimentos, que precisariam estar em operação no início de 2016 e de 2017.
“São atrasos relevantes, que podem eventualmente impedir o escoamento da produção de usinas eólicas e o atendimento de carga”, afirmou Nazareno, após um leilão de linhas de transmissão que frustrou as expectativas do governo, ao receber propostas de investidores para apenas 4 dos 11 lotes ofertados.
Pelo menos no caso da Braxenergy, segundo a empresa, o atraso está relacionado a dificuldades para financiamentos, incluindo do BNDES, os mesmos problemas que foram citados nesta quarta-feira como um dos motivos da baixa participação no leilão.
Em julho, o CMSE determinou a realização de “análises e estudos visando identificar ações para minimizar os impactos dos atrasos”, de acordo com ata de reunião do órgão divulgada pelo Ministério de Minas e Energia.
Em carta à Aneel anteriormente, as elétricas Furnas e Alupar disseram que o atraso na implementação dos empreendimentos da Braxenergy no Ceará prejudicará um conjunto de parques eólicos que constroem em conjunto, uma vez que havia a expectativa de antecipar a entrada em operação das usinas para vender a energia extra no mercado livre de eletricidade.
O diretor jurídico da Braxenergy, Marcelo Camarinha, afirmou à Reuters nesta quarta-feira que os empreendimentos da empresa apresentam atraso, mas disse que a situação está “sob controle” e um novo cronograma será acertado junto à Aneel e ao governo.
“É um problema de mercado, de financiamento, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não está liberando… o pessoal que estava fazendo o funding das linhas (de transmissão) se deparou com o BNDES mudando bastante as condições de financiamento”, explicou Camarinha.
Fonte: Reuters