Rnest ativa térmica movida a óleo diesel

Rnest ativa térmica movida a óleo diesel

28 de outubro de 2015 0 Por redacao

A Refinaria Abreu e Lima (Rnest) recebeu autorização para iniciar a operação comercial de sua usina termelétrica. A Aneel liberou as atividades de um dos turbogeradores, com capacidade instalada de 50 Megawatt (MW). O projeto da planta de geração, chamada de U50, prevê um total de 200 MW de potência instalada para consumo próprio da refinaria. A termelétrica utilizará óleo combustível como fonte principal e também o coque de petróleo, como alternativa, ambos produtos obtidos a partir do processamento do petróleo. A Rnest deve demandar uma carga energética suficiente para abastecer um município de mais de 400 mil habitantes, podendo operar com 150 MW, pelas projeções iniciais divulgadas pela Petrobras.

O excedente poderá ser comercializado no Sistema Interligado Nacional (SIN) gerando receita de 4,464 R$/kW.mês. A operação da termelétrica atrasou, assim como a própria construção da Abreu e Lima. Em 2013, a Petrobras chegou a ser notificada pela Agência Reguladora de Pernambuco (Arpe) pelo atraso na operacionalização da estrutura, cujo valor inicial de contrato era de aproximadamente R$ 900 milhões com o consórcio Alusa, uma das empresas citadas na operação Lava Jato.

Compra de energia

Sem a usina, a Refinaria comprava energia no mercado. A liberação limitada a apenas um módulo da termelétrica pode estar associado ao fato da Abreu e Lima não estar em plena carga, acredita o professor especialista em energia da Universidade Federal de Pernambuco, Heitor Scalambrini. Atualmente, o processamento da planta corresponde a aproximadamente um terço da capacidade nominal, devido a restrições das licenças ambientais. O especialista avalia que a liberação da licença pode ser também um indicativo da iminente ampliação de carga da Refinaria.
Impacto ambiental

A reportagem procurou a Petrobras sobre o assunto, mas não houve posicionamento até o fim desta edição. Scalambrini ressaltou ainda os impactos ambientais da térmica, que se soma a outras unidades geradoras de energia suja no Estado, entre elas a Termope (520 MW), a Suape II (380 MW) e a Bolognesi (1.238 MW). “As térmicas a óleo são as mais poluentes. Apenas na produção desse primeiro módulo de 50MW serão geradas cerca de 250 toneladas de Gás Carbônico (CO2) por dia”, detalhou. Lacunas na legislação ambiental do Estado estariam contribuindo para atrair projetos de produção de energia suja, criticou o docente. “Enquanto o governo promete atingir 800 MW na geração das eólicas nos próximos anos, apenas a térmica do Grupo Bolognesi terá capacidade instalada bem superior a isso.”

Fonte: Folha de PE